Sobre o site

Apresentação

O que faz diferença no aprendizado do aluno

Como o nome sugere, este site nasceu da ideia de apresentar aos pais, gestores, professores, especialistas e comunidade caminhos para melhorar o aprendizado. Caminhos que procuramos identificar na ampla produção científica nacional e internacional. Apesar do rigor técnico que sempre esteve presente, a intenção, no entanto, nunca foi fazer apenas uma extensa e sofisticada compilação das evidências que existem sobre ensino-aprendizagem, mas sim disponibilizar esse conhecimento para que ele seja útil para a sociedade refletir sobre as políticas públicas e sua eficácia.

Esse trabalho teve inicio em 2007, no âmbito da Comissão Técnica do Todos pela Educação, coordenada por Viviane Senna. A partir do trabalho inicial de Gustavo Ioschpe foi agregada uma série de contribuições até que, em março de 2009, o economista Ricardo Paes de Barros assumiu o desafio de coordenar o projeto que envolveu 17  pesquisadores de quatro renomadas universidades brasileiras (Fundação Getúlio Vargas (SP), Universidade Federal de Minas Gerais, Ibmec-RJ e Universidade de São Paulo).
 
O trabalho centrou sua atenção nos fatores que estão sob controle das escolas e das Secretarias de Educação e que são determinantes do aprendizado dos alunos, expresso na Meta 3 do Todos pela Educação (1).

No Brasil, a proficiência dos alunos vem ocupando papel central no debate de políticas públicas, seja pelo nível ainda baixo do aprendizado dos alunos na maioria das escolas brasileiras, seja pela enorme disparidade entre elas.

Estima-se que os alunos matriculados nas melhores escolas públicas aprendam durante um ano letivo duas vezes mais do que aprenderiam caso estivessem matriculados nas piores escolas. E a qualidade da escola, de acordo com os estudos, tem a ver com a qualidade dos professores.

A intenção deste trabalho é contribuir para o desenho de políticas mais efetivas na promoção do aprendizado dos alunos, identificando - e, quando possível, mensurando - a magnitude dos seus impactos.

Apenas os estudos que contavam com uma base empírica sólida (uma amostra de pelo menos 2 mil pessoas ou 100 escolas/sistemas educacionais) foram selecionados pelos pesquisadores que observaram, além da qualidade do resultado da política implementada, a qualidade  do próprio estudo.

Trabalhos de caráter exploratório sem foco em um determinado fator e que buscam identificar quais práticas e ações estão mais correlacionadas com o desempenho educacional também não foram considerados. As pesquisas selecionadas buscam a relação de causa e efeito e apresentam o impacto de um determinado fator no desempenho educacional. 

Ao todo, cerca de 600 pesquisas foram analisadas. Os estudos que tratam do contexto nacional tiveram prioridade; todos eles foram publicados em algum periódico científico (brasileiro ou internacional), em livro (ou em algum capítulo de livro), em dissertações de mestrado ou teses de doutorado, em artigos apresentados em congressos científicos ou em textos para discussão.

Em relação às pesquisas internacionais, os critérios foram ainda mais rigorosos. Apenas artigos publicados em periódicos científicos, em livros (ou em algum capítulo de livro) ou que tenham sido citados em algum artigo de periódico científico foram selecionados. No caso dos textos para discussão, só os publicados pelo  National Bureau of Economic Research (NBER) entraram nesse primeiro levantamento.

Os onze passos

Cento e quarenta estudos internacionais e 25 nacionais atenderam aos rígidos critérios de seleção dos pesquisadores que incluíram ainda uma avaliação cuidadosa de aspectos que deveriam estar contemplados em cada um dos trabalhos, os chamados onze passos. São eles:

1) Indicadores de desempenho sobre os quais o impacto é avaliado. Esses indicadores devem estar diretamente relacionados à qualidade da educação.

2)
Descrição dos fatores determinantes do impacto que o estudo busca identificar e estimar.

3)
Descrição da base de informações utilizada, incluindo unidade de análise, tamanho da amostra, universo que busca representar e variáveis que existem na base de informação que são efetivamente utilizadas para a avaliação do impacto.

4)
Validade externa da avaliação: a que população o impacto estimado se refere?

5)
Descrição da estratégia usada para a identificação do impacto.

6)
Argumentação utilizada para justificar as hipóteses centrais necessárias à identificação do impacto.

7)
Descrição da metodologia utilizada na estimativa de impacto.

8)
Descrição do tipo de impacto que se está estimando. Trata-se do impacto sobre os beneficiários ou sobre um conjunto deles?

9)
Descrição das variáveis utilizadas como controle e suas implicações para a interpretação do impacto estimado.

10)
Mapa com os impactos.

11)
Avaliação da robustez dos dados usados para medir a precisão do impacto.

As pesquisas selecionadas formam a base dos 25 verbetes que você irá encontrar neste site, distribuídos em cinco grandes áreas: recursos da escola, plano e práticas pedagógicas, gestão da escola, gestão da rede de ensino e condições das famílias.

Cada um dos verbetes é composto por um resumo, que reúne as conclusões das pesquisas, suas limitações e possibilidades de ação. Também tem notas técnicas detalhadas sobre a confiabilidade dos estudos, sobre a possibilidade de generalização deles para outros contextos e sobre a bibliografia utilizada. 

O papel deste site, porém, é apenas de orientação e apoio. Como em qualquer trabalho desse tipo, é preciso estar atento às contraindicações, aos alertas e à realidade de cada lugar, claro. Não há uma fórmula única a ser aplicada, mas sim diversos caminhos com um único objetivo: avançar a passos largos rumo à Meta 3 do Todos pela Educação.



(1) Meta 3 – Todo aluno com aprendizado adequado à sua série: até 2022 pelo menos 70% dos alunos deverão ter aprendido o que é essencial para a sua série. Pelo menos 70% dos alunos do 5º e 8º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio deverão ter desempenho superior a respectivamente 200, 275 e 300 pontos na escala de Português do Saeb, e superior a 225, 300 e 350 pontos na escala de Matemática.


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